A Sociedade Amigos da Cultura Afro-Brasileira (AMAFRO)

Historia

A AMAFRO – Sociedade Amigos da Cultura Afro-Brasileira é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, fundada em 15 de março de 2002 em Salvador (BA), com o objetivo de viabilizar a criação e implementação do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB). Desde sua origem, a AMAFRO atua como entidade gestora e articuladora institucional do projeto, tendo como missão promover, preservar e valorizar o patrimônio cultural afro-brasileiro e afro-atlântico, com foco em ações educativas, museológicas e de cooperação internacional.

A criação da AMAFRO surge em resposta a uma proposta do Ministério da Cultura, ainda no final do segundo mandato do Presidente Fernando Henrique Cardoso, para que a instalação do MUNCAB fosse gerida por uma organização da sociedade civil com capacidade técnica e articulação social. Essa estratégia visava superar o histórico problema de fragilidade institucional e orçamentária dos museus brasileiros, propondo um novo modelo de gestão compartilhada entre Estado e sociedade civil.

A assembleia de fundação da AMAFRO reuniu uma ampla diversidade de lideranças e especialistas: políticos, cientistas sociais, historiadores, artistas, representantes de terreiros de candomblé, blocos afros, professores, gestores públicos e militantes da causa negra. Essa pluralidade marcou o compromisso fundacional da entidade com a pluralidade cultural.

A criação da associação foi idealizada a partir de uma articulação conjunta entre representantes de instituições governamentais e da sociedade civil, sendo formalmente referendada durante o Seminário Nacional promovido pelo Ministério da Cultura e pelo Programa Monumenta, realizado em Brasília no dia 21 de novembro de 2002. O evento contou com a presença de gestores públicos, lideranças religiosas do candomblé, artistas, pesquisadores, representantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e de diversas organizações do movimento negro, consolidando a AMAFRO como uma entidade legitimada desde sua origem por diferentes segmentos comprometidos com o resgate, a preservação e a valorização da cultura afro-brasileira.

Desde o início, a AMAFRO assumiu a responsabilidade de conduzir os processos executivos, técnicos, jurídicos e administrativos da instalação do MUNCAB, em diálogo com o Ministério da Cultura, IPHAN, Fundação Palmares, CONDER, BID e demais instituições públicas e privadas. Com recursos captados via Lei Rouanet e com apoio de patrocinadores como a Caixa Econômica Federal, BNDES e Votorantim, a AMAFRO iniciou as obras de restauração dos prédios históricos do Tesouro 1 e Tesouro 2, no Centro Histórico de Salvador, destinados a abrigar o museu.

Ao longo dessa trajetória, a AMAFRO também conduziu a formação dos grupos de trabalho responsáveis pelos projetos de museologia, arquitetura, expografia e modelo de gestão do MUNCAB, com a participação de especialistas como Maria Célia, Carl Von Hauenschild, Fernando Madeira, Paulo Guedes, Francisco Lessa, Dulce Guedes, Ângela Andrade, Jaime Sodré e Carlos Marighella. Esses grupos atuaram em permanente diálogo com as comunidades de terreiro, universidades e organizações do movimento negro.

Durante os anos seguintes, a AMAFRO atuou na linha de frente das negociações com órgãos federais, estaduais e municipais, além de captar apoio internacional e estabelecer alianças com universidades, centros de pesquisa, terreiros, blocos afros, organizações da sociedade civil e artistas. Com seu trabalho, foi possível reunir um acervo inicial, elaborar o plano museológico e iniciar o restauro dos prédios históricos Tesouro 1 e Tesouro 2, no Centro de Salvador — atual sede do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira.

A AMAFRO segue mobilizando parcerias, firmando convênios, realizando exposições, seminários, ações educativas e fortalecendo redes institucionais.  Ao longo de mais de duas décadas de atuação, a AMAFRO consolidou-se como uma organização referência na defesa e promoção do patrimônio cultural afro-brasileiro, sendo reconhecida por sua resiliência, capacidade de articulação e compromisso com um projeto museológico inovador e comprometido com a justiça social e a reparação histórica.

A história da AMAFRO é também a história da persistência de um sonho coletivo, nascido de vozes negras de diferentes territórios do Brasil, e alimentado por gerações que resistiram ao apagamento, construindo com dignidade um legado de memória, conhecimento e transformação.

Sociedade Amigos da Cultura Afro-Brasileira – AMAFRO
CNPJ: 05.331.788/0001-32

Endereço: Praça da Sé, 398 – Sala 209 (Edifício Themis), Centro, Salvador – BA, CEP 40020-210

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