Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira está entre os três acervos finalistas da categoria ‘Rodrigo Mello Franco de Andrade’, que reconhece instituições com atuação curatorial e cultural de destaque no país.
O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) está entre os finalistas do Prêmio ABCA 2024, promovido pela Associação Brasileira de Críticos de Arte(ABCA). A instituição foi indicada na categoria “Rodrigo Mello Franco de Andrade”, voltada à museus e espaços culturais que se destacaram pela programação curatorial e ações voltadas à preservação e difusão da cultura brasileira. A divulgação do vencedor acontecerá no dia 9 de setembro, durante cerimônia no teatro do SESC Vila Mariana, em São Paulo.
Fundado com base na museologia social e em práticas contracoloniais, o MUNCAB se consolida como um museu-território-negro que reposiciona as artes visuais negras contemporâneas no centro do debate curatorial nacional. Reaberto em 2023 sob nova gestão, o museu promove exposições com forte dimensão artística, pedagógica e social, acompanhadas de programas de acessibilidade e formação crítica. A instituição busca tensionar narrativas hegemônicas a partir de uma perspectiva negra, interseccional e comprometida com a transformação do campo museológico e artístico no país.
Nesta edição do prêmio, também disputam na categoria à Diáspora Galeria (São Paulo) e o Museu de Arte do Rio – MAR (Rio de Janeiro), instituições que compartilham o compromisso com práticas curatoriais inclusivas e transformadoras. Criado em 1978, o prêmio reúne anualmente 18 categorias e é resultado de uma votação nacional entre os associados da ABCA, que reúne quase 170 críticos de arte de todas as regiões do país.
Sob direção artística de Jamile Coelho e curadoria assistente de Jil Soares, o MUNCAB desenvolve uma programação que inclui exposições, atividades educativas, ações formativas e circulação de obras de artistas negros. O museu também mantém atuação em rede com coletivos e instituições culturais nacionais e internacionais.
Para a Jamile Coelho, o reconhecimento da ABCA reforça o compromisso coletivo que move o museu desde sua reabertura. “A indicação ao prêmio é um reconhecimento coletivo, que diz respeito não só à equipe, mas também aos artistas, parceiros e ao público que constrói esse museu conosco”, diz Jamile Coelho. “É um retorno simbólico importante, que reafirma o valor das nossas memórias e histórias no campo museológico brasileiro.”
Além das atividades desenvolvidas em seu espaço institucional, o museu também realiza mostras nacionais e internacionais, integrando artistas visuais afro-brasileiros, africanos e diaspóricos. A atuação em rede com outras instituições culturais e coletivos contribui para o fortalecimento de uma cena artística diversa, conectada aos debates contemporâneos sobre justiça racial e pertencimento.
Sobre a Amafro
A Sociedade Amigos da Cultura Afro-Brasileira (AMAFRO), organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 2002, é a entidade gestora do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB), que conta com patrocínio da Petrobras via Lei de Incentivo a Cultura do Ministério da Cultura. Dedicada à valorização, preservação e difusão das culturas afro-brasileiras e afro-diaspóricas, a AMAFRO consolida o museu como um espaço de referência para a construção de conhecimento, a promoção da igualdade racial e o fortalecimento das narrativas negras no Brasil e no mundo.